Luanda – Após dois anos sob intensa perseguição e alegada conspiração política, o jurista, advogado, jornalista, activista cívico-social e defensor dos direitos humanos, Hélder Chihuto, anunciou oficialmente o lançamento do seu novo projecto político: o Partido da Solução (PS).
* Elias Muhongo
Fonte: Club-K.net
O anúncio foi feito nesta quinta-feira, durante uma conferência de imprensa realizada em Luanda, onde Chihuto apresentou o chamado “Pré-Manifesto do Partido da Solução”, documento que traça os princípios fundadores e os principais eixos de actuação da nova força política.
Chihuto, que já foi candidato a deputado e cabeça-de-lista pela coligação CASA-CE no círculo provincial de Luanda, afirmou que o PS nasce como uma resposta “ao clamor dos angolanos que exigem uma nova forma de fazer política, baseada em ética, justiça social e desenvolvimento humano”.
Uma proposta de ruptura com o sistema actual
Segundo Hélder Chihuto, o Partido da Solução propõe-se a ser um movimento de esperança, centrado na promoção de políticas públicas inclusivas, humanistas e de combate à pobreza extrema. O líder apontou que Angola vive uma “crise de sensibilidade institucional” e que “a maioria esmagadora dos cidadãos continua em situação de indigência, sem resposta por parte do Estado”.
Entre os compromissos assumidos pelo PS, destacam-se:
A construção de um governo de inclusão interpartidária, com base no diálogo e no consenso nacional;
A promoção de uma governação ética e participativa, com foco no bem-estar social e na redistribuição equitativa das riquezas públicas;
A luta contra os privilégios injustificados, nomeadamente as regalias atribuídas aos deputados, membros do Executivo e do poder judicial;
A gratuitidade total do ensino público, desde a iniciação ao ensino superior, bem como a criação de subsídios de desemprego e apoio ao estudante não-trabalhador;
Uma reforma profunda do Estado, incluindo propostas de revisão constitucional e do sistema eleitoral;
A defesa da independência efectiva dos tribunais e da autonomia real da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
Propostas estruturais e económicas
No domínio económico, o PS promete incentivar o empresariado nacional, atrair investimento estrangeiro e implementar medidas de alívio fiscal, incluindo a isenção de IVA nos produtos da cesta básica. Hélder Chihuto defende ainda um “novo modelo económico baseado na justiça social, que respeite a iniciativa privada e combata as desigualdades”.
Entre as propostas mais simbólicas, destaca-se a intenção de abdicar da residência oficial presidencial em caso de chegada ao poder, “enquanto o povo continuar a viver em condições de extrema pobreza”.
O PS propõe também um perdão nacional genérico, como forma de promover a reconciliação e garantir que nenhum cidadão seja perseguido por motivos políticos.
Um apelo à unidade e ao fim da intolerância política
Hélder Chihuto frisou que o Partido da Solução é um espaço aberto à juventude, mas que valoriza também a experiência dos mais velhos. Defende uma Angola onde “ninguém se julgue mais angolano do que outro” e que respeite a diversidade política, étnica e religiosa.
“Queremos um país onde o poder seja um serviço ao povo e não uma plataforma de enriquecimento pessoal. A alternância é salutar. Ninguém é dono eterno do poder nem da oposição”, sublinhou.
O líder do PS deixou também uma mensagem ao Presidente da República, garantindo que, em caso de transição, tanto ele como a sua família não seriam perseguidos ou retaliados. “Não há desenvolvimento com base na vingança”, afirmou.
"Angola chama por nós"
Ao encerrar o seu discurso, Hélder Chihuto apelou aos angolanos, em especial à juventude, a aderirem ao projecto PS. “Angola chama por nós. Este é um projecto de jovens, mas que não prescinde da sabedoria dos mais velhos”, afirmou.
O pré-manifesto termina com uma invocação cristã e um compromisso de fé: “Angola para Cristo e o povo para Deus”.
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